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19 de dez. de 2010

Relação entre familiares dos alunos e os professores no processo de construção .de aprendizagens

Micheli (2007, p. 8), relata que o surgimento das creches no Brasil está ligado “a uma prática filantrópica, destinada a cuidar das crianças pobres, órfãos e outras, cujos pais não tinham condições de mantê-los aos seus cuidados”. Quem melhor do que a própria escola nas pessoas dos professores para construir com os pais novas concepções? Então, mãos à obra todos os que de uma ou outra forma estão ligados à educação e acreditam nela como ferramenta para construirmos um mundo melhor. A educação infantil na condição de instituição familiar ou escolar promove além dos cuidados específicos a cada faixa etária da criança, a formação de sua personalidade. É indispensável que estas funções estejam integradas, definidas claramente o papel de cada um e juntos construírem uma parceria para maior estrutura do desenvolvimento das crianças.
Ficou claro para mim que nos casos em que as crianças apresentavam dificuldades no desenvolvimento da linguagem e que foi possível construirmos uma relação de parceria entre professora e pais e/ou familiares, que este foi um fator determinante para as práticas educativas e de estímulos que possibilitaram às crianças vivenciar situações que contribuíram para o alcance dos objetivos dos projetos, o mais específico: o desenvolvimento e aquisição da linguagem nas crianças. Observam-se os resultados de crianças demonstrando maior autonomia, identidade, comunicação verbal em processo constante de crescimento e postura altiva e mais dinâmica. São tão nítidos os resultados que todos nós, os professores e funcionários da escola conversamos e fazemos observações quanto a diferença antes e depois do projeto. Atribuo como um dos fatores que possibilitou o sucesso das aprendizagens, às relações com os pais, as quais foram desenvolvidas.

Para mim o que pode favorecer o desenvolvimento da criança, é todo um contexto o qual fazem parte o meio, as condições, circunstâncias e possibilidades oferecidas pelos adultos. Como pais e professores, somos os mediadores e diante das dificuldades em que podem surgir possivelmente no processo devemos juntos discutir as formas para a superação dos limites e desafios. Com isso a criança adquire segurança e auto-estima, confiante de que pode contar conosco. Quando esta parceria não está clara, também não fica claro para a criança que é possível aprender e modificar a realidade. Assim como nós ela precisa também acreditar. Vi isso muitas vezes até mesmo nesta turma de crianças de dois e três anos de idade, quando passam a acreditar nas possibilidades, elas ultrapassam os limites que os bloqueavam anteriormente. Mesmo que na maioria das vezes, ficamos sem saber a origem desses bloqueios na aprendizagem. Micheli, 2007 acrescenta em seu trabalho de conclusão de curso que o desenvolvimento da criança se dá em uma rede de relações e de significados, por isso é inteiramente importante a existência de trocas de informações entre pais e educadores. Se nós somos os mediadores esta troca e parceria é muito importante.



NOGUEIRA, Micheli Lima. Comunicação entre pais e educadores: Refletindo sobre a experiência de uma turma. Universidade Federal do rio Grande do Sul, disciplina de EDU 02003, conclusão do curso de Pedagogia. Porto Alegre, 2º semestre de 2007.

RELAÇÃO: FAMÍLIA E PROFESSOR

Durante toda a minha vida enquanto professora, a relação com os pais de meus alunos era uma questão que despertava-me algumas inquietações.Foi no período de estágio, nas perspectivas com relação ao TCC,em uma turma de crianças na faixa etátria de dois anos de idade  e na Educação Infantil, que percebi a oportunidade de estudar à respeito. Descobri que para estabelecer uma relação de confiança com os pais de nossos alunos devemos criar várias situações de atenção individualizada com os pais ou quem representar esta função. Os pais não demonstram ter muito tempo para dispor para seus filhos, deixam e os buscam na escola rapidamente, sempre “na correria” do dia a dia. É importante criar diferentes formas que possibilitam o diálogo nesta relação, tanto mais houver, mais a viabilidade de um dos recursos ser o apropriado para esta ou aquela família. Particularmente prefiro a conversa “cara a cara”, podem-se desfazer muitos mal entendidos dando abertura para que os pais exponham suas dúvidas com relação a nós professores e escola. Sei mais do que ninguém de minhas intenções e certezas de estar fazendo o melhor que posso, então, quem melhor que eu mesma enquanto professora, para apresentar aos pais meus projetos e trabalhos com os meus alunos?
Quanto aos fatores que interferem na relação entre os pais e professores, acredito que as influências sócio-históricas, as experiências particulares com as creches e os motivos pelos quais deixam seus filhos na escola são determinantes. Cabendo a nós professores mudar estas concepções através de ações que conquistem a confiança e respeito dos pais.

O CURSO PEAD EM MINHA VIDA!

Acredito que a postagem em meu blog, de Novembro de 2006, descreve com muita profundidade minha satisfação e entusiasmo com relação ao PEAD. Um pensamento que me acompanha e poderia ser atribuído a mim, como característica de minha personalidade. Na interdisciplina de Escola Cultura e Sociedade, Uma Abordagem Sociocultural e Antropológica, professora Vera Corazza, houve uma atividade em grupo que deveríamos escrever sobre nossas perspectivas para o futuro (digo característica de personalidade porque são perspectivas que tive e ainda tenho, apesar de acreditar tê-las alcançado). Fizemos um texto coletivo. Relendo o texto, percebi que minhas perspectivas ao iniciar o curso foram todas conquistadas.



... muito além de simplesmente nos formarmos na faculdade, e é na UFRGS. Desde o início do curso PEAD, nós percebemos que há neste, uma forma diferente, inovadora, diríamos extraordinária de formação de docentes. Não somos apenas pioneiros, preocupados em transformar todo um sistema de ensino tradicional e obsoleto, este mesmo sistema esta proporcionando mudanças e transformações. Mal sabíamos ligar o computador quando iniciamos o curso [...] a teoria, os textos, e tudo que nos é proposto como atividades, desenvolvem em nós, conhecimentos. Conhecimentos que torna-nos capazes, de observar, analisar, tirar proveito das novas experiências, “organizarmos as idéias”, debater, pesquisar e questionar nossas práticas como educadores. [...]. Muito mais que uma formação acadêmica, desenvolvendo em nós, atitudes que de uma forma ou outra, reflete-se na sociedade (somos educadores). Teoricamente estamos aperfeiçoando nossa identidade de professores e tendo a oportunidade de crescer e obter os resultados em uma prática imediata. Nesta formação de professores a escola ganhou uma nova dimensão social que nunca teve. De repetidora, ela se tornou co-criadora deste novo mundo que aí está. Para que possamos continuar nesse curso é preciso destruir preconceitos, transgredí-los, ter consciência que estamos literalmente correndo atrás do que queremos aprender e ser, transformando a realidade.





Pela formação que tive neste curso, hoje eu acredito na Escola, acredito no professor, acredito no aluno, acredito na educação. Enquanto acadêmica, através do curso fui construindo conhecimentos, competências e habilidades para fazer o que é necessário, em função de tudo o que acredito como educadora. Saí de uma instituição tradicional, a qual me impedia de colocar em prática tudo aquilo em que acredito como educadora e enquanto lá estive, fiz o possível para fazer a diferença. Fiz concurso público, passei e hoje estou na rede municipal de N.H, um campo de ação onde o fazer docente é valorizado, onde a atualização do professor é estimulada e as práticas são compartilhadas. Busquei esta situação profissional e o curso PEAD é responsável pelas minhas conquistas. Deu-me suporte teórico, oportunidade de reflexão sobre a minha prática, instigando-me a sair da zona de conforto e a criar uma realidade onde posso agir e crescer profissionalmente. Meu sonho para o futuro é fazer um curso de especialização em psicopedagogia ou na área da psicomotricidade, mestrado e doutorado. Quero sempre discutir educação, compartilhar conhecimentos, aprender cada vez mais e fortalecer a minha prática docente em função de um sistema educacional cada vez melhor.

APRENDIZAGENS NO EIXO VII, CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NA ALFABETIZAÇÃO!

Na interdisciplina de Linguagem e Educação no Eixo VII, aprendi muito por estar em uma turma de alfabetização e pude fazer uma relação imediata com a minha prática, bem como compreender alguns conceitos das fases da alfabetização e avaliar em que fase cada um dos meus alunos encontravam-se, para, a partir daí desenvolver atividades que proporcionassem aos meus alunos construir novas aprendizagens. Percebi que os alunos que naquele momento ainda não estavam lendo e escrevendo, também não falavam de forma clara, “correta”, eram mais tímidos e inseguros, apresentando também uma baixa auto-estima. Conversei com a família de cada um, para que observassem o vocabulário, sempre que possível tentando falar corretamente e que isso facilitou o processo de alfabetização de seus filhos. Em sala de aula passei a trabalhar mais com atividades lúdicas, oportunizando as relações no grupo e a valorizar bem mais os pontos positivos, para que se sentissem mais capazes e seguros de suas ações e no desenvolvimento da autonomia.

Nunca havia ouvido falar de consciência fonológica e aquisição da escrita, aprendi que é um processo de desenvolvimento aleatório, ambos caminham juntos, pois a criança vai construindo os conceitos fonológicos, compreendendo valores sonoros enquanto aprende a escrever e ler o que escreve. O que percebi que não caminha muito junto no processo de alfabetização são a leitura e escrita. Os alunos aprendem a ler primeiro e somente depois na sequência é que escrevem as palavras literalmente. Tinha alunos lendo muito bem que na escrita estavam no nível silábico alfabético. Conforme ia construindo as minhas aprendizagens, ia compreendendo o processo de aprendizagem nos meus alunos.

Minhas reflexões foram numa ação/reflexão/teoria/prática. No texto "Consciência Fonológica: o que é, para que serve e qual sua relação com o aprendizado da leitura e da escrita? (Jornal Letra A – jun/jul. 2005)", sugere a relação entre consciência fonológica e a aprendizagem da leitura e da escrita. Em sala de aula fiz uma análise dos meus alunos, na época, quando exercitavam a leitura, os sons das letras, sílabas, rimas e aliterações quando liam e escreviam. Ficavam repetindo umas duas a três vezes os pedacinhos das palavras e comparando com outras palavras que já dominavam a sua grafia.



Descobri também que parece ser "normal" as crianças hora estarem num e hora noutro nível da psicogênese da língua escrita. Geralmente quando estão no nível alfabético que é quando já sabem ler e escrever há situações em que voltam ao nível anterior: o silábico alfabético onde ainda estão construindo suas hipóteses da escrita, apesar de estarem lendo corretamente. Isso ocorre porque quando lêem, fazem uso de suas hipóteses, àquelas que na hora de escrever “têm" que grafar a palavra com uma e às vezes não é a corretamente aceita para escrever a palavra literalmente. Já quando lêem, acertam na hipótese porque somente ela é aceita para construir as verdadeiras e respectivas, à leitura da determinada palavra e, papel aceita tudo, leitura não. Em fim, todas as dúvidas que eu tinha na minha prática sobre alfabetização, eu aprendi nos estudos na interdisciplina Linguagem e Educação, foi um semestre extremamente proveitoso para mim.