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19 de nov. de 2009

*EDUCAÇÃO CONTINUADA: NOVAS ESTRUTURAS COGNITIVAS

Confesso que estou em um momento meio que desconfortável, devo ter saído de minha zona de conforto. Lonis Jacques Fullion diz que “inovar é sair da zona de conforto”. Talvez eu esteja passando por um momento em que Pavlov explique muito bem.
O motivo de minha manifestação é algumas palestras e fóruns que venho participando. A saber:
* Videoconferência (RE) DESCOBRIR-SE: O DESAFIO DA EDUCAÇÃO, proferida pela Dra. Leda Lízia no dia 12 de novembro (último).
*9º FÓRUM DA EDUCAÇÃO_ULBRA, COMO SERÁ O AMANHÃ À LUZ DO NOVO ENEM, dia 16/11/09.
*EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA, DESAFIO PARA A EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA, 19/11/09.
Tenho brincado com a colega Vera que tem me acompanhado nesta jornada de busca pelos conhecimentos que estamos “ferradas”, começamos muito bem logo na primeira videoconferência com uma reflexão dos níveis de consciência. Na sequência no Fórum da ULBRA, a consciência do que está por trás do NOVO ENEM, uma robotização do ser humano, eurocentrismo, unificação do conhecimento enquanto seremos os formadores de indivíduos que sabem as mesmas coisas, capazes de múltiplas habilidades e competências e extremamente substituíveis, pois, em nada se diferem dos demais. Ainda na sequência, último, mas, não menos importante: Consciência de uma educação empreendedora. Como formar cidadãos com espíritos empreendedores quando se vive um momento de valores tão distorcidos? E, aqui não vamos entrar na discussão. Não se faz necessária.
Leda Lízia nos transmite noções dos níveis de consciência. Defende a Educação Continuada, “Educação como possibilidade de tornar-se homem”. “Eu acredito numa educação que forma seres humanos!” Durma com um barulho desses!
Sai da videoconferência, acredito ter, almejado os objetivos da palestrante ao ter desenvolvido o tema. Primeiramente tive de conceituar com maior clareza a idéia do que é SER HUMANO. Descobri ser um processo individual onde ninguém poderá fazer por ninguém: (RE) DESCOBRIR-SE! Não é possível falar em desafio da educação sem falar em vida. Definir VIDA como valor incondicional e inviolável, não podendo ser reduzida a apenas a dimensão biológica, se SER Humano é projeto infinito, se Educação é fazer-se homem, o que eu e você estamos fazendo para nos autoconstruirmos?
Enquanto professores pensarmos os conteúdos como meios para tornar a vida com mais qualidade; Precisamos ver as possibilidades neste mundo num contexto tão pessimista; Somos responsáveis por nossos gestos e ter espiritualidade como sentido e significado da vida; É preciso termos cuidados para não confundirmos banalização da vida sob o pretexto de desenvolvimento. Queremos investir numa educação diferenciada onde um homem é inacabado e deve trabalhar em todas as dimensões cognitivas para a sua auto-educação continuada.
E por aí vai...Ainda falando dos níveis de consciência, que 98% dos seres humanos ainda estão no nível da sobrevivência (aí o quadro de terror no mundo). Recomendo ler Leda Lízia para maiores informações.
Aí o FÓRUM...Futuro à luz do novo ENEM. Agora que a “cobra começa a fumar”. Séc. XXI: Sociedade do Conhecimento!
À partir de 2010 o ENEM terá caráter obrigatório. “Não adianta saber, é preciso saber fazer” (Perrenoud).
Glaucinéia Grohs, psicóloga e professora da ULBRA, faz um discurso que acredito não ter compreendido e peço desculpas. Falou do que está em jogo quando se discute sobre educador e o que se torna pertinente questionar. Falou algo como “Educar envolve duas posições: Um objeto e uma relação”. Falou dos medos profissionais, desses medos que “os educadores têm de renovar-se e modificar os planos curriculares...” etc, etc e tal.
Disse ainda que na sala de aula há àquele que ensina e àquele que aprende e que é difícil manter-se na posição de quem transmite os conhecimentos...Não entendi, digamos que não entendi, afinal de contas ela é Doutora.
Bem, descobri que à partir de 2010 com o NOVO ENEM deveremos transmitir conhecimentos com bases em livros didáticos (saber unificado);
As escolas terão de reorganizar-se a partir do que o ENEM oferece;
Os planejamentos serão por áreas (áreas que atendam as necessidades para o ENEM);
O ENEM como indicador: Adeus aos vestibulares.
Em 1998 o ENEM tinha o objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao final do ensino médio. O NOVO ENEM: Forma de seleção unificada nas Universidades Federais.
Objetivos: Redefinir conteúdos;
Áreas: linguagem, ciências, matemática e redação.
Com o NOVO ENEM a indústria dos cursinhos terá de se readaptar; Ele vale como certificação do ensino médio e seus conteúdos desenvolvem indivíduos capazes de pensar com o que lhe caia nas mãos, o domínio da linguagem, compreender fenômenos, enfrentar situações problemas, construir argumentos e a capacidade de argumentação e elaborar propostas (competências e habilidades). Até aqui tudo bem não fosse o fato de que os indivíduos serão substituíveis já que terão a mesma formação e as mesmas habilidades e competências no mercado de trabalho.
Neste ponto já estou extremamente desconfortável pensando seriamente na minha responsabilidade como detentora das possibilidades de interferir neste processo assustador. Sim aqui estou assustada.
Relaxei um pouquinho no Seminário fantástico que aconteceu na PUC com o tema Educação Empreendedora. Parece que veio como respostas às minhas angústias sinalizando possibilidades de ação enquanto educadora.
Primeiramente conceituar empreendedorismo como fluído e espírito que necessita de motivação. Parece luz no fim do túnel. Podemos fazer a diferença nas escolas identificando: pessoas que resistem às mudanças; Os assuntos que são proibidos; Os anestesistas de plantão que adoram jogar uma balde de água fria nas idéias inovadoras; Os que contribuem para a percepção da inovação (não se faz sozinho); Os que impedem iniciativas; Os que impedem os outros de agirem; Os pontos de vistas que levam as pessoas a se oporem e COMBATA OS EFEITOS DA MORFINA (conforme Doutor Dornellas ia falando eu ia identificando cada um dos indivíduos que trabalham com a gente todos os dias nas escolas, foi inevitável, perdão). Ele lembrou dos pilares da educação: conhecer, fazer, conviver e ser. Senti-me bem estruturada. A frustração veio quando ele ressaltou a importância do PPP, fundamentos nos planos, clareza e práticas. Isso ainda tem muito o que de ser construído. Lembrou Moacir Gadotti quando defende Paulo Freire “A Educação é um ato Político” e o papel do educador como um agente político e que o interesse precede o conhecimento. Percebi que o professor tem a melhor matéria prima para transformar o mundo: Neurônios. Podemos influenciar na transformação do SER HUMANO. Para tanto se faz necessária atitude e força tarefa, trabalhar em equipe. Mais nos sites www.josedornelas.com, www.planodenegocios.com.br e www.pucrs.ler/nucleoempreendedor/ e www.jars.org.br
Não sei ainda como me posicionar diante de tamanhas e magníficas informações, porém sei que devo acomodar minhas novas estruturas cognitivas e com certeza disso, uma nova consciência e postura diante da vida_NOVAS ESTRUTURAS COGNITIVAS.

11 de nov. de 2009

*PEAD

Só para recordar...Hoje com alegria deparei-me com uma postagem antiga do wiki de adoção dos novos "BIXOS" do PEAD 1/2007. Quero compartilhar com todos e convidar para uma reflexão pelo que conquistamos todos juntos. Segue:
"Olá novos bixos! Imagino como estão se sentindo, por que já passei por esta fase. Posso dizer que é apenas isso, uma fase e que passa à medida que nós avançamos em busca do conhecimento e nos aprofundamos nos objetivos e conseqüentemente superamos as dificuldades.
Acredito que há em nós muito mais condições de cuidarmos de nós mesmos do que possamos imaginar, e que nosso destino depende de como usamos os potenciais que temos.
Todos nós, alunos do curso PEAD, profissionais da educação, de uma forma ou de outra, almejávamos um curso acadêmico que ao mesmo tempo em que, nos proporcionasse o conhecimento, valorizasse o conhecimento que adquirimos em nossa formação prática em sala de aula.
É extremamente frustrante ir em busca de formação e ser tratado como se nada soubéssemos, principalmente quando muitos de nós trabalhamos há muitos anos com educação. Ter a idéia de que nada sabemos apesar de muitas vezes nos darmos muitos bem no exercício de nosso ofício.
Iniciamos este curso com muitas expectativas, porém logo no início percebemos que não se tratava de nada convencional ou parecido com qualquer curso que tínhamos tido contato até então.
Logo ouvimos falar no tal de, Blog tics, senhas que deveríamos decorar (jamais imaginei que um dia saberia de cor o número de minha identidade). Webfólio então? Que loucura. E a quantidade de professores e tutores que precisaríamos conhecer sem os vermos regularmente. Esse povo da ufrgs estava doido. Nós? Nem tínhamos computadores, como iríamos fazer uma faculdade pela tal da Internet? Como os professores nos avaliariam se não teríamos que fazer provas, nem tínhamos caderno?
Foi um corre, uma loucura, às vezes parecia que iríamos pirar. Comprar computador, Internet e depois aprender a ligar a máquina que tem tantas teclas, para que, sei lá, brincar eu acho. Mas quem tinha tempo para brincar? Casa, trabalho, filhos, maridos, contas, namorados, ex-maridos, trabalhos a postar. Estes, como fazê-los? Qual a minha senha mesmo? Passar 8 horas seguidas em frente ao computador e no final descobrir através do e-mail que tutores e professores não conseguiam ver nosso trabalho feito até... Bonitinho...
Em seguida foram à vez de apresentarmos nossas escolas. Por que não vieram pessoalmente teríamos o maior prazer? Não, foi necessário aprender a postar fotos, imagens e a pesquisarmos a história de nossas escolas. Que frustração, fotos que iam, fotos que ficavam e nem nossas eram. Como pararam lá? Para onde foram às fotos que tivemos tanto trabalho para conseguir? Fazer, refazer, e não é que às vezes até se conseguiu?
Ah! Tínhamos que aprender, mas, quem nos ensinaria? Ah! A tal forma inovadora em que deveríamos buscar o conhecimento. Entendemos, mas como fazemos para saber? Ah! Fazendo! Agora sim, entendemos".

8 de nov. de 2009

*O MENINO SELVAGEM (EDUCAÇÃO DE SURDOS)

Esta é uma postagem de análise da história da educação dos surdos e o filme "o menino Selvagem". Acho interessante compartilhar esta reflexão para pensarmos tanto quanto mais, sobre nossa postura enquanto professores à respeito dos surdos.
Cratylus de Plato, 368 ac, já sinalizava a importância e necessidade que nós seres humanos temos de nos comunicar, cita um diálogo entre Sócrates e Hermógenes fazendo uma observação da linguagem dos sinais usada entre surdos-mudos. O menino selvagem, quando encontrado não tinha essa necessidade, uma criança de onze ou doze anos que foi capturada num bosque, tendo vivido afastado da sua espécie e ficando depois à guarda do Dr. Jean Itard, pois não tinha nenhuma experiência com outro ser humano até então e havia desenvolvido habilidades de conviver consigo mesmo e o ambiente sem precisar de outrem. Isso me leva a pensar que as estruturas cognitivas que não estão construídas não são reconhecidas pelo cérebro e não despertam na consciência, não existem. Por outro lado o menino possui habilidades desenvolvidas as quais nós civilizados jamais possuiremos, desenvolveu estruturas cognitivas conforme as necessidades. Muitas vezes com nossas crianças em sala de aula desejamos que elas aprendam determinadas coisas que parecem não despertar nenhum interesse, as crianças, aparentam não ter a consciência do que estamos falando. Quem sabe não se trata disso? Não faz parte do mundo e da realidade delas e por isso, alguns conceitos e algumas estruturas cognitivas devem ser desenvolvidos de um ponto mais primitivo.
As tentativas de fuga do menino selvagem mostram sim as necessidades que possuímos de estar “em nosso mundo”, voltarmos ao que somos e ao que “nos pertence”, à nossa realidade. Lembro então de Paulo Freire e sua metodologia de ensino baseada na percepção de mundo e a realidade dos alunos com os temas geradores, “conhecer o mundo e refletir sobre ele para compreendê-lo e transformá-lo”. Assim como o menino selvagem, os surdos-mudos eram objeto de estranheza na sociedade desde a idade média até os dias de hoje. Quando entramos em um ônibus e nos deparamos com alguns passageiros comunicando-se por LIBRAS, ficamos perplexos e admirados. Tudo o que é diferente sempre foi encarado com muita dificuldade pelas pessoas. Compreender e buscar conhecer o diferente elimina os preconceitos e passamos a interagir e nos comunicar com naturalidade.
No filme o menino foi tratado como um anormal. O que é normal e o que é anormal? O menino não era agressivo, só teve seu desenvolvimento estruturado de acordo com seu mundo. É diferente com cada um de nós hoje? Não. Jean Itard, apesar de suas boas intenções e interesse em compreender o menino, compreendia suas funções em educá-lo, ou seja, transformar sua natureza na que ele acreditava ser o Normal. Todo o tempo tentando modificar sua personalidade selvagem. Com o passar do tempo o menino, por conviver com outros seres humanos começa a ter a necessidade de comunicar-se, um exemplo é ele pegar uma tigela e levar até a governanta para demonstrar que estava com sede, porém ainda devido a necessidades. O que é importante escrever é a forma com que Victor dispusera-se em observar, aprender e seguir as vontades e ordens de Itard, isso se deve ao afeto e carinho com que construíram uma relação afetiva. Assim podemos lembrar em sala de aula que as relações afetivas estão diretamente ligadas à aprendizagem e como disse Itard “cada obstáculo superado prepara para o seguinte”, lembro-me então de Piaget e sua teoria de desenvolvimento em que cada estrutura cognitiva é base para aproxima. Como toda a criança Victor é naturalmente curioso e está deve ser nossa consideração ao prepararmos e planejarmos as atividades de aula. Não concordo com a pressão e insistência até a exaustão com que Itard conduziu seu método, muitas vezes Victor conseguiu ou não realizar o que lhe era solicitado, não por ser aprendizagem adquirida, mas, como ato mecânico por que foi obrigado a agir assim.
Acredito que muito se tem feito ao longo da História para buscarmos compreender os surdos, desde quando eram encarados como doentes mentais passando depois a serem vistos como deficientes físicos e agora como indivíduos capazes de qualquer habilidade que um não surdo, inclusive a linguagem e comunicação. No entanto ainda estamos engatinhando em relação a convivermos e nos relacionarmos com naturalidade, nos comunicando e estabelecendo laços e relações sem barreiras do preconceito e ignorância.

Webgrafia:
C:\Documents and Settings\elisangela\Desktop\o menino selvagem.htm

C:\Documents and Settings\elisangela\Desktop\historia_surdos.htm