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16 de mai. de 2008

OS POR QUÊSSSSSSSSSSSSS




Fiquei observando meus alunos do primeiro ano do ensino fundamental durante um turno de aula, anotando quase todas as perguntas que consegui, levando em consideração que eu tinha que lhes dar um retorno, pois o "bombardeio” e a velocidade com que estas vêm a nós ao nosso reino, é enlouquecedor aos olhos de qualquer um que ver num ângulo um pouquinho mais afastado, o suficiente para ver e ouvir.
LEGENDA:
*= Pergunta do aluno_ @= "Resposta" da professora, no caso eu.

* Prô... Como é que se faz o dobrado?
@ Olha como os coleginhas fizeram, tenho certeza que você vai descobrir.
* Prô , posso pegar a minha pasta e guardar?
@ Sinal afirmativo com a cabeça.
* Prô, como se dobra?
@ Já observou como os coleginhas dobraram? É da mesma forma (cartão para o dia das mães).
* Prô, o que é para fazer aqui? E aqui?
@Me diz que número é este? Desenha pra nós tantos bichinhos de estimação, quanto é este número que aqui está.
Obs.: A criança que anteriormente queria saber como se dobra o cartão, retorna.
* Prô, é assim?
@ Beleza! Isso! Viu que você descobriu!
* O que eu faço agora? eu vou pintar? Eu tenho uma folha para pintar!
Alunos entre si: * Tu desenha aquele boneco com o cabelo para cima pra mim?
* Prô guardo meu desenho na mochila? Sou eu e a minha mãe.
@ O que você acha de trabalhar mais neste desenho?
* Ta!
* Pode fazer qualquer desenho?
* Que número é este?
* Posso ir lá a no bebedor?
Obs.: Uma criança chega em minha frente e simplesmente em completo silêncio mostra a atividade já feita, fica olhando-me esperando uma resposta de uma pergunta não verbal. olho para ela depois de perceber que as crianças fazem perguntas até mesmo quando nada dizem com a voz e lhe digo:
@ Vamos continuar? o que mais você pode fazer neste desenho?
Um aluno encontra um lápis no chão com a etiqueta do dono "NICOLAS":
* Professora, de quem é este lápis?
@ Qual a primeira letra que inicia o nome? Quem na sala de aula tem um nome com a inicial que está aí? Olha nas pastinhas da parede. Onde está a pasta que é igual ao nome que está escrito n lápis?
A criança descobre sozinho o dono do lápis em menos de 10 segundos dando um grito na sala de aula chamando o colega, como se o estivesse encontrado escondido numa brincadeira d esconde-esconde.
Um aluno em direção ao outro: * Né "T" que tu não é uma galinha?
* Prô, tu viu mu lápis preto?
* Ta bonito prô?
* Tem lanche?
* Prô, tu sabia que quando eu chegar em casa meu pai vai vender todas as latas e dar o dinheiro para mim? E, tem um monte d latas lá em casa.
Dois meninos medindo forças. Vamos ver quem comeu feijão?
* Prô, Com que letra começa ELEFANTE?
Repetindo a palavra E-L-E-F-A-N-T-E, devolvi a pergunta:
@ Com que letra começa?
* Começa com a letra "E". O "..." disse que começa com a letra "O".
Neste momento percebi que uma criança faz uma pergunta apenas para confirmar o que ela já sabe. Possui já um conceito e suas respostas, só quer estar segura quanto a "verdade", pois, vê no professor o DONO DA VERDADE, ALGUÉM QUE SABE E TEM TODAS AS RESPOSTAS.
Na aula presencial do dia14/05/2008, Seminário Integrador IV percebi que em todas as perguntas que meus colegas da faculdade haviam trazidos como exemplos, eram questões que como disse a Professora Bea, demonstravam que as crianças em suas perguntas buscam entender o mundo em que vive. Sejam elas de fundo emocional, espiritual ou na busca de conhecer o ambiente que o cerca e mundo ao qual faz parte.
Suas dúvidas são de locomoção e de necessidades físicas. Como se podem ir ao banheiro, se podem comer o lanche, se estão certos ou errados, se fazem isso ou aquilo. Ainda buscam ter segurança no desenvolvimento de sua autonomia. As perguntas são relacionadas ao seu próprio corpo, suas necessidades e a relação deste com o meio. Por tanto se observarmos os conteúdos das diferentes interdisciplinas deste semestre, elas vem entender exatamente ao encontro de nossas dúvidas e perguntas como professores. Estudando espaço e forma, tempo e espaço, o desenvolvimento, níveis e como este conhecimento de mundo se dá nas diferentes etapas da vida de uma criança, podemos ver que também as perguntas e essencialmente estas, demonstram os estágios em que se encontra em seu desenvolvimento. Podendo o professor intervir para o crescimento de seu aluno.
O plano de estudos para o primeiro ano desenvolve estas questões na área cognitiva, psicomotora e na área emocional (afetiva) se faz necessário abordar conteúdos de desenvolvimento e compreensão moral, oral, religiosa e social. Ainda, as relações positivas com os outros, para com Deus, a família e a natureza. Entre outras as normas de interiorização de valores, limites de higiene, educação sexual, colaboração e solidariedade.
Mas o q mais me chamou a atenção e deixou-me intrigada, é que todos na aula presencial tiveram a oportunidade de ouvir muitas perguntas feitas por nós professores/alunas do PEAD. As queixas e dúvidas foram em relação às vezes em que somos levadas a pensar de maneira crítica em nossos próprios trabalhos e atividades do curso. Tivemos muitas teorias lá abordadas e práticas de sala de aula em que valorizamos a busca pelas respostas para formarmos pensadores críticos e atuantes, autônomos em suas vidas e interventores na sociedade. Citamos pensamentos e pensadores e na hora em que devemos demonstrar atitude, uma relação com a teoria e prática, nos mostramos indignados com uma abordagem que nos leva a análise crítica de nossas ações pedagógicas. Aí neste caso deixo eu uma pergunta:
_ Estamos sendo exemplo deste cidadão em que queremos ajudar na formação e desenvolvimento? Estamos levando em consideração que o exemplo e atitudes ensinam de forma mais eficiente do que as palavras em sala de aula?

3 de mai. de 2008

PRÁTICA EM ESTUDOS SOCIAIS

Dou aulas em duas turmas do primeiro ano do ensino fundamental e nesta série os conteúdos do plano de estudos na área das ciências sociais com enfoque no tempo e espaço são intrinsecamente relacionados ao corpo: “O corpo e a aprendizagem caminham juntos. É através do corpo que o indivíduo entra em contato com o conhecimento”. (Vieira, 2003)
Segundo Piaget, a criança reconhece inicialmente os objetos que lhe são familiares (período “espaço perceptivo ou espaço de ação”) e somente quando as ações se tornam reversíveis é que a exploração se torna sistemática. Toda a percepção do mundo se embasa no conhecimento do próprio corpo, que é o ponto de referência para o crescimento e desenvolvimento das percepções de espaço e tempo.
Como professora a intervenção no desenvolvimento das noções de espaço e tempo se dá através de atividades lúdicas, com base na noção que a criança já possui, tendo desenvolvido ao longo das experiências pré-escolares em resumo os seguintes conteúdos:
Interpretação de histórias orais e através de desenhos; Relação espacial e temporal (antes, durante, depois, ontem, hoje e amanhã); Reprodução do crescimento e fases do desenvolvimento; Noção de verticalidade e horizontalidade; Memória global; Memória seqüencial; Esquema corporal; Posição no espaço; Relações do próprio corpo/objeto; Relações espaciais (em cima, em baixo, em frente, atrás, dentro, fora, longe, perto, entre um e outro); Direcionalidade; Lateralidade; Sobre o próprio corpo e fora dele; Direita e esquerda; Emparelhamento, temporalidade; Noção de causalidade; calendário; alternância cíclica; dias da semana e do mês; O tempo histórico e o espaço geográfico; Orientação espacial sala de aula, escola, cidade) e Espaço natural (aspectos físicos, históricos, econômicos).
É nas atividades motoras que se iniciam os primeiros trabalhos que desenvolvem a noção de espaço. Ex: Quando pedimos às crianças que desenhem a si mesmas dentro de um quadro. Quando propomos que colem um fio de linha em cima de um traçado no papel. Ou ainda quando brincam de amarelinha no pátio da escola, coelhinho sai da toca e em sala de aula desenhar e reconhecer móveis e objetos com formas geométricas. As primeiras noções de espaço construídas pela criança são referentes ao espaço prático da ação (etapa do espaço perceptivo ou espaço da ação), que ela constrói por meio dos sentidos e através dos seus próprios deslocamentos. Em sala de aula podemos fazer atividades como “Cabra cega”. Fiz uma experiência bastante interessante em que numa trilha que teve início na sala de aula e ia até o pátio da escola. Trata-se de colocar em pontos diferentes desta trilha, diferentes materiais como folhas secas, serragem, pedrinhas, areia, tijolos, sacos plásticos etc. A criança com os olhos vendados, é conduzida por outra, tenta adivinhar ao passar por cada ponto, em que está pisando. É um exercício de desenvolvimento sensório perceptivo. Em outra ocasião as crianças recortaram de revistas alguns móveis e em uma grande casa tiveram de ordenar cada móvel no ambiente correto da casa. Ex: sofá na sala. É interessante como dentro de uma mesma sala de aula, crianças com a mesma idade não estejam no mesmo nível de noção espacial. Tenho crianças que ao ser solicitado que desenhe uma caixa cheia de brinquedos e que está a sua vista, ela não consegue desenhar os brinquedos que estão dentro da caixa mesmo estes estarem à vista e a caixa estar aberta. Enquanto outras desenham a caixa com os brinquedos dentro e ainda a posição correta em que a caixa se encontra em relação a outros objetos pertos da caixa. Isto se dá ao fato que inicialmente não conservam as distâncias e as dimensões como um sistema de coordenadas, pois consideram seu ponto de vista como único.
Para trabalhar a noção de tempo iniciamos com uma pesquisa junto aos pais para conhecer a história do nome de cada um. Esta atividade serviu para que eles pensassem a respeito do fato de não existirem quando os pais já discutiam na escolha do nome. Surgiram muitas histórias e esta atividade foi bastante divertida. O período sensório-motor se dá do zero aos dois anos mais ou menos e a noção de tempo é imediata e por meio da ação, somente quando há uma ação como mamar, por exemplo, é que a criança “existe”. As principais aquisições do período sensório-motor, destaca-se a construção da noção do "eu", através da qual a criança diferencia o mundo externo do seu próprio corpo. O bebê o explora, percebe suas diversas partes experimenta emoções diferentes,formando a base do seu autoconceito. Ao longo desta etapa, a criança irá elaborar a sua organização psicológica básica, seja no aspecto motor, no perceptivo, no afetivo, no social e no intelectual. Para Piaget nesse periodo ha existência de inteligência antes da linguagem. Essencialmente prática, isto é, tendente a resultados favoráveis e não ao enunciado de verdades, essa inteligência nem por isso deixa de resolver, finalmente, um conjunto de problemas de ação (alcançar objetos afastados, escondidos, etc.), construindo um sistema complexo de esquemas de assimilação, e de organizar o real de acordo com o conjunto de estruturas espácio-temporais e causais
Na construção da noção de tempo acredito que as crianças em idade de primeiro ano estejam no estágio “Tempo Intuitivo” onde atividades como pesquisar a história do nome, medir sua altura e comparar com a altura dos demais colegas, desenhar fatos que considera importante e esteja guardado em sua lembrança, ordenar gravuras pela seqüência dos fatos representados, etc. Em uma aula contei a história do Brasil com riqueza de detalhes de como era o meio ambiente e características, localização no mapa e de como as pessoas se vestiam e agiam naquela época, depois pedi que as crianças desenhassem como era na época do Descobrimento e outro desenho de como o Brasil se apresenta e é nos dias atuais. Conversamos sobre as diferenças e quanto tempo se passou, ou seja, tiveram uma noção espaço temporal da região Brasileira. Em outra historinha a senhora já idosa contava a sua neta que quando era pequena guardava objetos que para ela eram verdadeiros tesouros, que lhe traziam grandes emoções. A senhora mostra a neta as suas lembranças ainda guardadas em caixinhas d fósforos. Na prática meus alunos trouxeram caixinhas de fósforos vazias, encaparam com papel colorido e foi dada a sujestão que guardassem nelas coisas que são muito importante para eles, que quando forem velhinhos vão gostar de mostrar aos seus netos. Legal, também, é contar a história da criação do mundo cada coisa criada no seu dia, comparar com os dias da semana, o que as crianças fazem a cada dia, quantos dias tem uma semana. Pode ser construído um livrinho com cada dia da semana e as coisas que Deus criou. Tudo há seu tempo. Sei que meus alunos não estão no estágio operatório, pois, não conseguem retroceder nos fatos, regressar um acontecimento e nem reorganizar da mesma forma uma seqüência vivenciada ou reproduzida.

Fonte de estudos: Plano de Estudos do Primeiro Ano do Ensino Fundamental, pesquisas em sites na internet (vários) e leitura do texto “Práticas em Estudos Sociais”.

HOMENAGEM ÀS MÃES

HOMENAGEM ÀS MÃES


PARABÉNS A TODAS NÓS MÃES!!!!