Total de visualizações de página

26 de abr. de 2008

PLANO INDIVIDUAL DE ESTUDOS

PESQUISA E ESTUDOS SOBRE: HIPERATIVIDADE E RETARDO NEURO PSICOMOTOR.

Sou professora do primeiro ano do ensino fundamental e tenho um aluno "R", 6 anos, com o diagnóstico de hiperatividade, Atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor e Abandono
Materno. Neste sentido tenho tido muitas dificuldades e nenhum conhecimento em relação a este assunto, sendo necessário e de extrema importância para o processo de desenvolvimento e a relação professor x aluno com necessidades especiais que, eu obtenha, maior compreensão e conhecimento para trabalhar, intervir e saber agir diante desta situação.
Com este estudo pretendo saber como resolver questões e crises relacionadas à agressividade excessiva de meu aluno. O que desencadeia a agressividade? Como intervir e desenvolver o processo de aprendizagem? Como se dá o processo e desenvolvimento da aprendizagem na mente de uma criança hiperativa e com atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor?
Serão feito Registros de todas as informações e observações diárias em relação a esta criança.
Pretendo também melhorar minha capacidade de buscar informações que possam me ajudar em minhas dificuldades e necessidade como professora. As informações serão adquiridas através de estudos sobre o assunto nos livros, sites da internet e textos que abordam estes assuntos e a leitura de artigos que tratam do tema.
Iniciei os estudos neste momento, pretendo estar bem mais segura em relação a estes assuntos até o final do primeiro semestre de 2008. Para poder fazer as intervenções e colaborar no desenvolvimento da criança.
Uma descoberta importante que fiz é que o retardo neuropsicomotor é devido a hiperatividade sendo uma característica, um sintoma e não uma doença. O "R" não absorve as informações o que muitas vezes isso é confundido por pais e educadores como desobediência.

Sintomas do Hiperativo

A criança hiperativa tem pelo menos seis sintomas do grupo à esquerda ou seis sintomas do grupo à direita por mais de seis meses. Eles aparecem, no máximo, até os 7 anos

Grupo 1
. Não consegue enxergar detalhes ou comete erros por descuido nas tarefas escolares ou em outras atividades
. Tem dificuldade de manter a concentração em tarefas ou brincadeiras
. Parece não ouvir o que se diz a ele (a)
. Não consegue seguir uma instrução até o fim e deixa de completar trabalhos escolares ou tarefas domésticas (mas a recusa não decorre de comportamento desafiador ou da falta de compreensão das instruções)
. Dificuldades em organizar tarefas e atividades
. Evita ou reluta em iniciar tarefa que exige grande esforço mental
. Perde com frequência objetos de uso diário, como material escolar e brinquedos
. Distrai-se com facilidade por estímulos externos
. Esquece atividades cotidianas

Grupo 2
. Inquietação constante (remexe as mãos ou os pés ou se contorce no seu lugar)
. Sai do seu lugar na sala de aula ou em outras situações em que deve permanecer sentado
. Corre sem destino ou sobe em cima de móveis e objetos
. Dificuldade em se engajar em uma atividade recreativa com tranquilidade. Está sempre em movimento, age como se estivesse ligado a um "motorzinho"
. Fala o tempo todo
. Começa a responder a perguntas que ainda não foram completadas
. Tem dificuldade em esperar sua vez em jogos ou situações em grupo, interrompe a conversa de outras pessoas.
Como lidar com o hiperativo

1. Crianças hiperativas precisam de limites. A saída não é deixá-las fazer tudo, mas impor as regras sem demonstrar irritação com a dificuldade da criança em responder às expectativas.
2. É preciso repetir a mesma instrução várias vezes sem perder a paciência já que a criança hiperativa não deixa de obedecer por birra, mas porque não armazenou a informação.
3. Pais devem elogiar o que a criança faz certo. Como o hiperativo vive sendo repreendido em casa e na escola, é preciso reforçar as atitudes positivas para elevar a auto-estima.
4. Não encha o quarto de bichos de pelúcia nem de quadros nas paredes. Quanto mais "clean" a decoração, mais fácil será manter a criança concentrada.
5. Também limite o número de brinquedos disponíveis para evitar distração. Descubra quais os tipos que prendem mais a atenção dela e dê preferência a eles.
6. Quase todo hiperativo tem problema de coordenação motora. Para não se chatear à mesa, prefira copos e pratos de plástico. E evite encher a sala de bibelôs ou vasos de vidro.
7. Crianças hiperativas se adaptam melhor a escolas pequenas, com menos de 20 alunos por sala, em que o professor dá atenção individual. Evite escolas que valorizam muito a disciplina.
8. Na sala de aula, o hiperativo deve sentar-se longe da janela, de preferência nas primeiras fileiras, para diminuir as distrações.
9. Como a criança hiperativa tem dificuldade de permanecer sentada durante toda a aula, o professor deve usá-la como ajudante, pedindo que busque livros na biblioteca ou que auxilie colegas com dificuldades.
10. Atividades físicas como natação ajudam a gastar energia. Mas evite esportes que demandem grande coordenação motora, como futebol ou basquete.
Saber como agir é de fundamental importância nestes casos.
- O passo inicial para todos os pais e/ou cuidadores é o conhecimento.
Quanto mais eles estudarem, se informarem e se educarem sobre o
problema de seus filhos, mais estarão preparados para lidar com ele da
forma mais apropriada.
- O passo seguinte é conseqüência do primeiro: saber diferenciar
desobediência e inabilidade. Uma vez que os pais e/ou cuidadores
conheçam suficientemente bem o problema, eles estarão aptos a distinguir
quando a criança está sendo desobediente e rebelde, ou quando
simplesmente, não está conseguindo controlar seus impulsos e fazer o que
eles ou outras pessoas responsáveis estão pedindo.
- O próximo passo é saber dar ordens positivas. Isso vai um pouco contra o
que se aprende a fazer, de forma não espontânea, levando um pouquinho
de tempo e prática até que se acostume. (...) Se, por exemplo, seu filho está
num entra-e-sai de casa, justo no momento em que o quintal está sendo
lavado e deixa um rastro molhado sempre que irrompe porta adentro, a
reação mais provável será ralhar com ele, ordenando que pare de molhar a
casa ou que pare de correr. Está sendo dada uma ordem negativa. É bem
provável que a criança DDA obedeça por um tempo, até que se distraia e
sua impulsividade dê novamente partida para outros entra-e-sai. (...) Como
ordem positiva, poderia instruí-lo sobre secar os pés em um pano, antes de
entrar, ou brincar somente do lado de fora ou apenas do lado de dentro, de
uma forma serena e não ameaçadora.
- E o último passo é a continuidade dos anteriores e seu objetivo principal é
sempre promover o sucesso da criança. Hábitos arraigados são difíceis de
mudar, mas não impossíveis. Trata-se de abandonar o padrão antigo de
valorizar mais as atitudes negativas da criança (ela percebe perfeitamente
que chama mais atenção quando faz algo errado) e mudar para um padrão
de sempre incentivar, reforçar e promover o sucesso dela.

Fonte de estudos:"ELISANGELA CAÇADOR VIDAL
ANÁLISE COMPORTAMENTAL DA CRIANÇA
HIPERATIVA NA SOCIEDADE NA FAMÍLIA E NA
ESCOLA, COM ESTUDO DE CASO
WENCESLAU BRAZ
2006"

12 de abr. de 2008

REPRESENTAÇÃO DE MUNDO


Observando os desenhos de minhas colegas de curso,as palavras que tiveram as representações mais semelhantes foram: luz, árvore, estrada e pé. Mas o mais incrível é que nos desenhos do primeiro grupo o qual observei exatamente todas as representações da palavra estrada, é de uma estrada iniciada no canto esquerdo inferior do quadro, em direção ao canto direito superior do quadro. Intrigou-me por que as pessoas têm muitas vezes uma concepção de imagem tão semelhante assim. Uma idéia de explicação para isso talvez seja o fato de nos condicionarmos em um desenho desde crianças, quando fizemos nossos primeiros desenhos. Ocorreu-me então que os adultos e as professoras talvez dêem aos alunos modelos de figuras para simplesmente serem coloridos e não os exploraram e /ou não exploram a criatividade das crianças, levando em conta a imagem que elas têm do mundo.
A palavra que mais tive dificuldade para representar foi SAUDADE. Deixei-a por último. Não sei se é por que não tenho saudade de muitas coisas, não sei se é por que a saudade representa um sentimento o qual não gosto muito de ficar relembrando e me atendo a ele, não sei se por que é um sentimento subjetivo difícil de ser materializado em uma imagem “objeto”. O fato é que a representei com bolinhas no espaço, ou àquelas bolinhas que indicam que um personagem está apenas pensando em uma cena. O que sei é que sentimentos são difíceis de serem representados, talvez pelo fato de ter que ser compreendido e tem de ter forma para podermos representá-lo. E, muitas vezes não compreendemos sentimentos.
A palavra que mais teve representações diferentes também foi SAUDADE. Talvez por tudo o que já escrevi na questão anterior. Agora venho confirmar depois de olhar mais uma vez os desenhos de meus colegas. Para mim a palavra SAUDADE tem uma representação triste, mas, pude ver nos desenhos dos demais é que algumas representações são de alegrias e sorrisos. Isso demonstra o quanto representar sentimentos é algo único. Cada ser sente de forma única, mesmo sendo uma mesma situação. Por exemplo: uma festa de 15 anos pode ter tantas representações diferentes quanto os convidados ou pessoas que dela participaram. Neste caso a palavra SAUDADE teve tantas representações diferentes quantos colegas que a representou.

PENSANDO E PRATICANDO ESTUDOS SOCIAIS

Relembrando minha trajetória de discente, cursei meu ensino fundamental na década de 80, em uma Escola estadual no interior do RGS. Talvez a localização e os anos expliquem o fato de lembrar-me das aulas de Estudos Sociais com clareza. Lembro-me que estudávamos conteúdos relacionados à política do município, estado e país. Os desfiles em dias 7 de setembro eram “O Acontecimento do ano”. Preparávamos-nos ano todo para tal, roupas e apresentações. Lembro-me de mobilizações para doação de uniformes às crianças “carentes” para que exatamente todos os alunos da escola desfilassem. Não era permitida nenhuma falta. Eu sempre ia para a Avenida integrante de um grupo, lembro-me de ter desfilado de roupa de balé fazendo uma coreografia, vestida de gaúcha tradicionalista, toda de vermelho integrante do coral da escola, etc. Cada ano era um novo tema, ensaios e mais ensaios. Todos se envolviam, toda a comunidade. A cidade toda se preparava para assistir aos desfiles do dia 7 de setembro. Era lindo, realmente um espetáculo. Havia um espírito de cidadania que hoje não vejo mais nas pessoas. Tínhamos USPB, assunto chato, mas onde aprendi os símbolos brasileiros, hino nacional e tudo o que veio de conhecimento nas entrelinhas. Um sentimento de cidadã parte de uma sociedade e com uma consciência crítica sobre esta que me formou atuante nela. Lembro-me que se um aluno fosse pego cantando o Hino Nacional mastigando chiclete, era colocado de castigo sem contar à vergonha que passava diante de todos, era humilhante não ter respeito e honrar o nosso País. Talvez os professores exagerassem, mas sinto saudade de quando algumas coisas tinham um sentido. Cabem a nós professores resgatarmos o sentimento de civismo, ser críticos atuantes na sociedade.
Trabalho com o primeiro ano do Ensino Fundamental e não possuo muita prática no ensino de Estudos Sociais. Porém vou tentar rever minha trajetória e redescobrir meus conceitos e através dos estudos dos textos criar outros com certeza. “Se estudos sociais muitas vezes nem é lembrado nas séries iniciais” (Maria Aparecida Bergamaschi ), esta é a explicação no meu entender, talvez até abordemos e trabalhamos com conteúdos que são Estudos Sociais, mas nem ao menos nos damos conta nas séries iniciais. Não há uma definição clara e nem objetivos claros nem para os professores, quanto menos transmitir um sentido de Estudos Sociais para as crianças.
Quanto à idéia muito bem escrita no texto sobre planejamento, devo confessar que neste ano todo o meu método de trabalho tem sido renovado. Até ano passado com quatro anos de nomeação no estado, minhas aulas não eram planejadas, considerava que eu sabia exatamente os conteúdos e formas a ser trabalhados com meus alunos. No entanto depois que comecei a estudar neste curso meu pensamento foi tomando outra forma. Hoje sei que ao planejar minhas aulas consigo estabelecer objetivos claros e posso avaliar meu trabalho de forma sistemática e crítica. Todas as minhas aulas são planejadas e através de projetos onde consigo trabalhar as disciplinas de primeiro ano, integrando-as inclusive com o lúdico, jogos e brincadeiras. Tenho traçado metas e caminhos para alcançar o que desejo com as crianças, isso tem me passado segurança e minhas aulas passaram a ter qualidade e valor teórico onde posso pesquisar em meu próprio trabalho registrado, os conteúdos que são propostos neste curso.
Em nosso dia a dia em sala de aula temos trabalhado Estudos Sociais com as crianças sem objetivarmos este conteúdo e talvez transmitindo uma idéia de que não tem tanta importância quanto os conteúdos de outras disciplinas como matemática, por exemplo. Com as crianças conceituamos o EU e o Outro, EU e o Grupo, EU e a Família, EU e o Professor; Relação espacial e temporal: antes, durante, depois, ontem, hoje e amanhã; Direitos e Deveres; Família: modelos, componentes, origem familiar, trabalho, moradia, costumes; Causalidade: causa/efeito, por quê? Calendário; Dias da semana e do mês, Datas Comemorativas; Identidade/subjetividade, espaço/tempo, memória, poder, lugar,
Representação, cidadania e ética; Orientação espacial: sala de aula, a escola, a cidade; Espaço natural: A comunidade do homem, aspectos físicos, históricos, econômicos, sociais e humanos; Comunidade: Princípios de convivência social, Preservação dos bens públicos e a interação comunidade/escola. Porém sem um planejamento documentado e com objetivos fundamentados em teoria Pedagógica. Dando a importância que estes conteúdos têm para que possamos intervir na realidade social em que vivemos e reconhecendo na criança um ser social que vive num espaço/tempo o qual deve agir e transformar.
Eu diria hoje no quarto semestre do curso, depois da forma que vem tomando o conhecimento que vou adquirindo que: Compete a mim professora buscar, nas diferentes áreas do conhecimento, as ferramentas para analisar, adquirir e compreender as diferentes concepções e práticas, transformar o conhecimento em saber escolar; participar como autor da organização de projetos educativos escolares e não-escolares que expressam os anseios da sociedade. O eixo de nossa formação, portanto, é o trabalho pedagógico, escolar e não escolar que tem na docência o seu principal fundamento, e com isso transmitir com meu exemplo uma prática social crítica e atuante nas questões da comunidade.
Nosso planejamento deve ser coerente com a realidade, para tanto, é necessário um estudo e pesquisas com as crianças sobre tudo o que as envolve , sendo apontado problemas, situações que necessitam de intervenção e atitude em resolvê-las. Tendo como base um estudo histórico, geográfico de nosso povo. No caso a comunidade, município, estado, país e mundo. Sempre levando em consideração o grau de compreensão da criança nestes assuntos. Uma idéia é começar com o Eu indivíduo, depois Eu social, Família, trabalhar a identificação do aluno com vistas às noções de cidadania e também noções de mapeamento. “Trabalhar com estudos sociais é mostrar que as pessoas são diferentes, que as culturas são diferente, que a realidade do campo e da cidade é diferente, que o mundo é diferente...” (Revista Nova Escola).
Como diz Edson Vara: "É fundamental estar atento às formas como se produzem as desigualdades entre pessoas e grupos sejam elas atribuídas à raça, à classe ou ao sexo”.
O planejamento das aulas deve começar com propósitos claros sobre as finalidades dos conteúdos na preparação dos alunos para a vida social: que objetivos mais amplos queremos atingir com o nosso trabalho, qual o significado social destes conteúdos que abordamos o que pretendemos fazer para que meus alunos reais e concretos possam tirar proveito da escola etc. As finalidades ou objetivos gerais que o professor deseja atingir vão orientar a seleção e organização de conteúdos e métodos e das atividades propostas aos alunos. Fazer do universo escolar como alavanca para transformações. As crianças observarem os problemas da sociedade e, em seguida, elas mesmas sugerem soluções. É difícil planejar uma aula bacana sem levar em consideração as concepções prévias dos educando. Elas fazem parte de um sistema de representações que tem sua coerência e suas funções de explicação do mundo. Trabalhar a partir das representações dos alunos não é fazê-los expressarem-se, para desvalorizá-la imediatamente. O importante, de acordo com Perrenoud (2000), é dar-lhes regularmente direitos na aula, interessar-se por essas representações, tentar compreender suas raízes. As perspectivas atuais de educação objetivam desenvolver o ser humano de forma integral, preparando-o para a convivência no meio social. Com base na busca pela autonomia de estudo, educar consiste em um processo que pretende ensinar o aluno a conhecer e reconstruir esse conhecimento, a manifestar esse conhecimento nas relações, a conviver pacificamente com os outros e a aprender a ser, pensar, exercer a responsabilidade, enfim, sendo um indivíduo autônomo.
Nesse sentido, educar não é simplesmente ensinar a memorizar uma série de conteúdos científicos, mas conduzir o aluno rumo à organização do pensamento, estabelecendo relações com a realidade. Isso pressupõe o desenvolvimento da autonomia de estudo, por meio da qual o aluno se sente motivado e mobilizado para a busca do conhecimento. Para tanto, é preciso mobilizar o educando, objetivando o vínculo significativo entre o sujeito e o objeto. Estas transformações no ensino podemos nós, professores faze-las através dos planejamentos conscientes em Estudos Sociais.

http://www.cee.sc.gov.br/ensino_distancia/EM%20BUSCA%20DA%20AUTONOMIA%20DE%20ESTUDO.doc
Bibliografia: Plano de Estudos do Primeiro Ano do Ensino Fundamental.

(um dos dias 7 de setembro da vida)

3 de abr. de 2008

PENSANDO A MATEMÁTICA

Trabalhamos com o Primeiro Ano do Ensino Fundamental e nesta série as atividadesde classificação e seriação são de extrema importância para o desenvolvimento cognitivo das crianças. Vou contar aqui apenas algumas das atividades que costumo propor: Coletamos o lixo do pátio da escola e com as crianças é feita a seleção do que pode ser colado no painel, primeiro pelas características aparentes como ser seco, depois os iguais são colados todos juntos para que seja visível a quantidade comparados com outros. Em seguida pelo tamanho, matéria prima etc. Feita esta seleção e classificação fica mais fácil compreender a idéia que se quer transmitir e comparar os dados que são obtidos na sequência dos tarbalhos como por ex: Que tipo de lixo é encontrado em maior quantidade? Quem são os maiores produtores deste lixo? Onde este lixo poderia ter sido colocado de forma correta e adequada?

Outra atividade que é feita seguidamente é a seleção do material de sucata que as crianças trazem de casa para serem aproveitados na construção de jogos e brinquedos. Marcamos um dia e o tipo de sucata que as crianças devem trazer e depois alas mesmas selecionam e separam este material nas caixinhas devidamente identificadas. Por ex: copinhos de iogurte, caixinhas de leite, palitos de picolé, latinhas, tampas de garrafas petis etc. Estas últimas são muito usadas em várias atividades como material de contagem, em Jogo da Velha, Jogo de damas, na construção de brinquedos etc. As crianças selecionam e classificam por cores, devido a variedade encontradas.

Um exercício que pode ser enquadrado aqui , também é o "Guarda-Guarda". Após as crianças brincarem com jogos e brinquedos em sala de aula, devem guardá-los todos novamente, cada um na sua devida caixa ou lugar e separadamente sem que haja peças de um misturadas com as outras. Pode se ainda separar formas, cores, testuras, origem, frutas, animais, objetos, seres animados dos inanimados e...etc...etc...etc...

Estas atividades conduzem à comparação, classificação, seriação e preparam para o conceito de igualdade e desigualdade. Sempre que trabalhar com os alunos, atividades neste sentido, observe as estratégias utilizadas por eles para comparar, pois algumas disposições espaciais podem dificultar nos primeiros estágios.

Outros exemplos de atividades podem ser: Distribua para cada aluno 6 canetas e 6 tampas de canetas. Pergunte:_ Há mais canetas do que tampas? Peça então, que os alunos retirem e coloquem as tampas nas canetas, em seguida, repita a pergunta. Repita esta atividade, variando os materiais e as quantidades envolvidas. Aos poucos eles vão desenvolvendo estratégias de ação e formando conceitos.

Após as atividades realizadas e o texto lido, conversamos através de e-mail e ao analisarmos a atividade um, o primeiro exercício sugerido: coleta de lixo; constatamos que este é uma prática do objetivo que “os conteúdos de matemática devem possibilitar a compreensão e a transformação do mundo”. Nesta atividade as crianças tomam consciência do lixo produzido por eles mesmos, às conseqüências e como podem evitar que este seja colocado na natureza. Com isso também exercitam a “investigação e ao desenvolvimento da capacidade de resolver problemas”, organização, interpretação e avaliação crítica. Podendo de forma imediata avaliar a validade dos resultados. Com as questões: _Que tipo de lixo é encontrado em maior quantidade?_ Quem são os maiores produtores deste lixo? _Onde este lixo poderia ter sido colocado de forma correta e adequada... É possível desenvolver o raciocínio, conceitos e procedimentos matemáticos. Pois, se pensou quantitativamente em relação ao lixo obtido e quanto diminuiria e depois, diminuiu, com a colaboração de todos. Ainda pensou-se quantitativamente em relação a que tipo de lixo é mais produzido e comparado aos demais encontrados em menos quantidade.
O que faríamos de diferente é a comunicação matemática poderia ter sido maior enfatizada como, por exemplo, a construção de um gráfico para demonstrar os resultados obtidos através da observação. Quem sabe cálculos de adição e subtração, mesmo eles sendo do primeiro ano; Em fim, uma abordagem mais numérica talvez. Também poderia ter se trabalhado “o espaço e as formas (Geometria), grandezas e medidas”. Afinal o lixo foi encontrado no pátio da escola e também possuía um peso.
Temos que concordar com Papert quando ele diz que a matemática tal qual é abordada, não se mostra às crianças como algo que possui significado. “Lembro-me de minha vida como discente e até hoje não sou simpática a matemática por nunca compreender para que ela me seria útil. Decorar os números em Romanos, decorar a tabuada, levei alguns anos e já era adulta quando entendi e compreendi que a tabuada não precisava ser decorada, mas entendida o processo da multiplicação. Depois vieram as fórmulas que eu decorei-as todas no ensino médio e passei bem nas provas de matemática sem jamais ter usado uma só fórmula daquelas para resolver qualquer problema prático e real” ( Elisângela). Pra falar a verdade a maioria de nós ainda não sabe onde e quando usar. Temos esta preocupação quando o assunto é matemático com nossos alunos, precisamos sempre ter certeza que eles compreendem onde e quando podem usar o que estão aprendendo para ajudá-los a resolver e compreender questões práticas do dia a dia.
No primeiro ano se trabalha muito com o lúdico e com recursos concretos como jogos, brincadeiras e brinquedos, Piaget afirma que “o conhecimento ocorre a partir da ação do sujeito e não a partir de cópias mentais da realidade e essa ação, que permite ao sujeito desenvolver seu conhecimento sobre um objeto”. Nosso trabalho é com base nestes conceitos e temos na medida do possível, trabalhado com nossos alunos de forma a despertarmos neles o gosto em eprender e aprender de forma crítica do meio em que vive.
O que de novo estamos aprendendo é a teoria sobre como funciona na mente da criança o desenvolvimento da lógica matemática. Esta clareza sobre classificação e seriação tem sido muito útil na compreensão de nossa prática. Faz-se necessário trabalharmos mais com exercícios de seriação e classificação para que as crianças desenvolvam a lógica através do desenvolvimento em conceituar a ordenação, classificação, comparando os resultados, desfazendo e refazendo e construindo definições.
Referências: Aprendizagem e Desenvolvimento: Experiências Físicas e Lógico-matemáticas [1]
Daniela Stevanin Hoffmann – danielahoff@gmail.com