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6 de jan. de 2007

ECS 11

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

Aluna: Elisângela Rodrigues Garcia

Professora: Vera Corazza

Disciplina: Escola Cultura e Sociedade, Uma Abordagem Sociocultural e Antropológica

Atividade:ECS 11

A SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Até os dias de hoje muito tem se mexido sobre o planejamento educacional, mas a educação continua a ter as mesmas características impostas em todos os países do mundo, que é de manter o “status quo” para aqueles que freqüentam bancos escolares.
Tamanho fracasso educacional se aplica pela atitude das classes dominantes brasileiras para com o nosso povo.
Alguns educadores alienados, envoltos nas névoas da sua pedagogia pervertida, estão dispostos a firmar que o fracasso escolar da criança pobre se deve a deficiências que ela traz de casa. A escola não teria nada a ver com isso. Os professores enfrentariam, neste caso, uma situação carencial insuportável, em conseqüência da qual a maioria da população brasileira seria ineducável.
A criança popular urbana, que vive em condições precárias, nas favelas ou nos bairros pobres da periferia, como em tantas outras regiões do Brasil, é essencialmente diferente da criança afortunada que vive nas áreas ricas. O pequeno favelado, comendo pouco e mal, cresce raquítico. Ás vezes é até prejudicado por malformação, se a fome ocorre muito cedo ou se demasiada. Sua fala também é peculiar e atravessada, aos ouvidos da professora. Toda a sua inteligência está voltada para a luta pela sobrevivência autônoma, em esforço nos quais alcança uma eficácia incomparável. A criança afortunada se desenvolve bem fisicamente, fala a língua da escola, é ágil no uso do lápis e na interpretação de símbolos gráficos e chega à escola altamente estimulada pelos pais, através de toda espécie de prêmios e gratificações, para aprender rapidamente. Uma e outra têm incapacidades específicas: o favelado, para competir: o afortunado, para sobreviver solto na cidade. Ocorre, porém, que todos vão à escola e ali competem; mas o menino rico não tem, jamais, de lutar pelo sustento, nem de cuidar dos irmãos, e raramente cai na delinqüência. Nessas circunstâncias, um desempenho natural e inevitável é valorizado e premiado pela escola; o outro é severamente punido.
Frente a esses fatos, precisamos começar a reconhecer e proclamar que temos uma escola primária não só seletiva, mas elitista. Com efeito, ela recebe as crianças populares massivamente, mas, tratando-as como se fossem iguais às oriundas dos setores privilegiados, assim as peneira e exclui da escola.
É preciso, portanto, examinar os problemas da educação do ponto de vista não de uma estatística social, que não existe senão por abstração, mas de uma sociedade em movimento.
“É deste ponto de vista sociológico que se vê a posição atual do problema dos fins da educação, ele que nos fez encarar a educação como uma adaptação ao meio social”. (Nazare)